A tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA) e as redes sociais, tem desempenhado um papel central na definição e reforço dos padrões de beleza. Este fenômeno não apenas perpetua padrões existentes, mas também cria novos, influenciando a percepção de beleza e autoestima das pessoas.
O Papel dos Aplicativos e Filtros
Joana Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza da PUC-Rio, destaca que o uso de aplicativos e filtros de aprimoramento da imagem corporal permite que as pessoas evitem conviver com o que consideram defeitos. No entanto, essa prática pode distorcer a linha entre realidade e fantasia, criando uma percepção irreal de beleza.
Padrões de Beleza: Impacto na Saúde Mental
A constante exposição a padrões de beleza inatingíveis pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. (leia também: O Paradoxo da Tecnologia: Narcisismo e Depressão na Era Digital). Um estudo publicado na revista científica Plos One revelou que apenas oito minutos no TikTok podem influenciar negativamente a percepção que as mulheres têm de si mesmas. Mulheres expostas a conteúdos que reforçam padrões de beleza apresentaram uma diminuição significativa na satisfação com a própria imagem corporal.
Influência Global das Redes Sociais
A pressão das redes sociais não se limita aos padrões de beleza, mas também influencia o estilo de vida de maneira mais ampla. As normas propagadas ditam rotinas de exercícios, alimentação, sono, comportamento social e sucesso no trabalho, criando uma régua única de sucesso que desconsidera a diversidade real da sociedade.
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Conclusão
Para Joana, o debate sobre os padrões de beleza deve ir além das campanhas de marcas e mídias. É necessário um projeto de educação que trabalhe valores, pois enquanto a beleza for um marcador de sucesso, qualquer campanha sobre diversidade e aceitação será superficial. A tecnologia, portanto, tem um papel duplo: pode tanto reforçar padrões prejudiciais quanto ser usada para promover uma visão mais inclusiva e realista da beleza.